Corinthians fecha lista de inegociáveis e pretende segurar gastos em 2025

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após ter as contas de 2024 reprovadas e alcançar R$ 2,5 bilhões em dívida bruta em sua gestão, o presidente Augusto Melo projeta um horizonte de contenção de gastos até o fim de 2025 e sem abrir mão dos principais jogadores do time.
Ao contrário da expectativa da torcida, o Corinthians deve ter uma janela de transferências modesta no meio do ano. A estratégia do Timão para realizar contratações em meio à crise financeira é buscar por atletas livres no mercado ou empréstimo sem custos.
Em encontro com jornalistas na manhã desta segunda-feira (5), Augusto prometeu "reforços pontuais" a Dorival, que não impactem nos cofres do clube. O foco do departamento de futebol é manter a equipe competitiva sem criar novas dívidas.
O modelo de negociação com o lateral Fabrizio Angileri, no início do ano, pode pautar o "garimpo" do Timão no mercado na próxima janela. O lateral esquerdo foi uma aposta -a pedido de Ramón Díaz- uma vez que não atuava há nove meses pelo Getafe, da Espanha. O argentino rescindiu contrato com o clube europeu em mútuo acordo e não houve multa.
Neste contexto, esforços financeiros já foram feitos em renovações de contratos, principalmente com aumento salarial para peças importantes do time. A folha mensal teve acréscimo, mas os "custos eram necessários para manter o elenco", segundo o presidente.
Em propostas por quatro atletas inegociáveis, sem citar os nomes, Augusto acredita ter recusado mais de R$ 100 milhões. Além disso, nesta terça-feira (6) o "elenco profissional vale cerca de R$ 600 milhões", também de acordo com o mandatário.
REUNIÃO PÓS-REPROVAÇÃO DE CONTAS
O encontro com a imprensa aconteceu exatamente uma semana após a gestão Melo ter as contas reprovadas por ampla maioria no Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians.
O presidente defendeu seu mandato e apontou resultados positivos, incluindo a receita bruta de R$ 1,15 bilhão. A apresentação foi conduzida pelo gerente financeiro Luiz Carlos, o Seedorf, e os auditores Josué Lopes e Rafael Bononi.
No entanto, com os números finais são negativos, Augusto atribuiu mais uma vez o déficit à antiga gestão, de Duílio Monteiro Alves. No fechamento do balanço, o Timão teve um rombo de R$ 181 milhões.
A ideia da atual diretoria é que o CD reabra as contas de 2023, mas a empreitada parece muito improvável, principalmente diante da alta rejeição política que Melo conquistou no pleito após inúmeros embates.
Augusto Melo também enfrenta o quarto pedido de impeachment em pouco mais de um ano de presidência. O último protocolado teve origem logo após a reprovação do balanço fiscal.
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