EUA dizem gastar R$ 96 mil por cada deportação, e querem pagar R$ 5,6 mil para saída voluntária; entenda

Valor oferecido por Trump para "autodeportação" é 5% do gasto atual para tirar cada imigrante. Quem aceitar oferta também receberá assistência para a viagem e será retirado da lista de detenção da agência de imigração, diz governo. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mike Stewart/ AP Photo
Desde que Donald Trump assumiu o poder, uma das principais políticas dele foi deportar estrangeiros dos EUA - a expectativa, segundo seus números quase sempre exagerados, era retirar ao menos 11 milhões de imigrantes.
Agora, o governo Trump anuncia uma nova medida para, segundo a administração, facilitar este projeto: pagar US$ 1 mil (cerca de R$ 5.658) a imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos que deixarem voluntariamente o país.
O programa foi anunciado nesta segunda-feira (5). O governo argumentou que a decisão visa amenizar os gastos com deportação, que é em média US$ 17.121 (cerca de R$ 96,9 mil) por estrangeiro deportado.
O valor anunciado é 94,2% menor do que o gasto com a deportação. A ação se soma a uma série de políticas anti-imigração implementadas por Trump.
Como funcionará a autodeportação?
Quem optar pela "autodeportação" também receberá assistência para a viagem e será retirado da lista de detenção da agência de imigração do país — o governo norte-americano vem prendendo qualquer imigrante sem permissão de residência nos EUA, cumprindo uma promessa de campanha de Trump.
As passagens para os países de origem dos "autodeportados" serão custeadas pelo governo norte-americano, segundo o anúncio. A estimativa do governo Trump é de que esta política pode reduzir em 70% o custo de cada deportação, em média.
"Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home", disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
Segundo o governo dos EUA, um cidadão de Honduras foi o primeiro a utilizá-lo para retornar a seu país, saindo de Chicago, e "bilhetes já foram reservados para esta e a próxima semana".
Casa Branca posta vídeo supostamente 'relaxante' com imigrantes deportados
Embora novo nos EUA, o programa de "autodeportação" já existe em diversos países da Europa, onde é chamado de "programa de retorno voluntário".
No Reino Unido, por exemplo, os cidadãos aprovados recebem um auxílio de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil), mas não podem regressar ao país ao longo dos cinco anos seguintes.
COMENTÁRIOS